quarta-feira, 23 de maio de 2012

João Ricardo Pedro (prémio Leya 2011) ou Mia Couto? Os dois dominam as vendas de livros

Uma estreia catapultada para o topo e, do outro lado, um escritor que já dá cartas há uns anos. Ambos têm animado as vendas nas livrarias. Hoje ficamos a conhecer a história que cada um tem para contar.

Sobre João Ricardo Pedro, a crítica teceu fortes elogios ao seu primeiro romance. José Mário Silva escreveu no Expresso: "O vencedor do Prémio Leya 2011 escreveu um dos romances de estreia mais fortes e entusiasmantes da literatura portuguesa dos últimos anos.”

Os elogios prosseguem:
“O prémio Leya 2011 pode bem ser o retrato literário de que uma geração andava à procura.”
Rui Lagartinho, Público
“Pela sua qualidade, honra o mais avultado galardão literário português, e o seu autor veio para ficar.”
Miguel Real, Jornal de Letras

Quanto ao livro, fica aqui a sinopse de «O teu Rosto Será o Último»:

"Tudo começa com um homem saindo de casa, armado, numa madrugada fria. Mas do que o move só saberemos quase no fim, por uma carta escrita de outro continente. Ou talvez nem aí. Parece, afinal, mais importante a história do doutor Augusto Mendes, o médico que o tratou quarenta anos antes, quando lho levaram ao consultório muito ferido. Ou do seu filho António, que fez duas comissões em África e conheceu a madrinha de guerra numa livraria. Ou mesmo do neto, Duarte, que um dia andou de bicicleta todo nu.

Através de episódios aparentemente autónomos - e tendo como ponto de partida a Revolução de 1974 -, este romance constrói a história de uma família marcada pelos longos anos de ditadura, pela repressão política, pela guerra colonial.

Duarte, cuja infância se desenrola já sob os auspícios de Abril, cresce envolto nessas memórias alheias - muitas vezes traumáticas, muitas vezes obscuras - que formam uma espécie de trama onde um qualquer segredo se esconde. Dotado de enorme talento, pianista precoce e prodigioso, afigura-se como o elemento capaz de suscitar todas as esperanças. Mas terá a sua arte essa capacidade redentora, ou revelar-se-á, ela própria, lugar propício a novos e inesperados conflitos?"
Mia Couto dispensa apresentações. Fiquem com a sinopse e um excerto da história do seu mais recente trabalho «A Confissão da Leoa», publicado pela Caminho: 

"Um acontecimento real – as sucessivas mortes de pessoas provocadas por ataques de leões numa remota região do norte de Moçambique – é pretexto para Mia Couto escrever um surpreendente romance. Não tanto sobre leões e caçadas, mas sobre homens e mulheres vivendo em condições extremas.A Confissão da Leoa é bem um romance à altura de Terra Sonâmbula e Jesusalém, já conhecidos do leitor português."

«Os nossos jovens colegas trabalhavam no mato, dormindo em tendas de campanha e circulando a pé entre as aldeias. Eles constituíam um alvo fácil para os felinos. Era urgente enviar caçadores que os protegessem. Os caçadores passaram por dois meses de frustração e terror, acudindo a diários pedidos de socorro até conseguirem matar os leões assassinos. Mas não foram apenas essas dificuldades que enfrentaram. De forma permanente lhes era sugerido que os verdadeiros culpados eram habitantes do mundo invisível, onde a espingarda e a bala perdem toda a eficácia. Aos poucos, os caçadores entenderam que os mistérios que enfrentavam eram apenas os sintomas de conflitos sociais que superavam largamente a sua capacidade de resposta. Vivi esta situação muito de perto. Frequentes visitas que fiz ao local onde decorria este drama sugeriram-me a história que aqui relato, inspirada em factos e personagens reais.»

Boas leituras!

1 comentário:

  1. Tal como te tinha dito no FB, Tenho muita curiosidade neste livro de estreia de JRP, mais pelas criticas de bloggers que como eu vão descobrindo grandes histórias e partilhando as suas opiniões, levando o outro ler... e muitas vezes aprendendo a gostar, do que propriamente as super criticas que estão estampadas nas lombadas do livro.
    Assim que ler este trabalho de estreia de JRP, partilho contigo as minhas impressões.
    Quanto a Mia Couto, não me encanta por aí além.

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