segunda-feira, 23 de abril de 2012

Uma História da Leitura no Dia Mundial do Livro


Pois é, hoje é Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. Acho que prefiro a primeira parte da efemeridade, já que a segunda é toda uma discussão à parte e que dá bem pano para mangas.

Pois a Feira do Livro em Lisboa apanha dois feriados, 25 de Abril e 1 de Maio, curiosamente festejando ou reclamando direitos essenciais à nossa condição de vivência em sociedade. Liberdade, direito aos direitos, ao trabalho, festa de lutas passadas e ganhas ou nem sempre. Algumas já perdidas outras a perderem-se.

E o direito à cultura, mais especificamente aos livros e à leitura. Como estão as nossas escolas, como está o trabalho da aprendizagem ao longo da vida?

O livro escolhido para este dia não passa muito por aí, mas fala de fragmentos de experiências de todo tipo de leitor: o encantamento com o apreender e aprender da leitura, a leitura compulsiva de tudo (livrinhos de escola, cartazes de rua, rótulos de remédios), o prazer de acompanhar a multiplicação dos significados de uma palavra, de descobrir o final da história. Ao narrar as conformações da leitura em diferentes épocas - com histórias como a do grão-vizir da Pérsia que carregava a sua biblioteca quando viajava, acomodando-a em quatrocentos camelos treinados para andar em ordem alfabética - Alberto Manguel ensina nos que a leitura é a mais civilizada das paixões e que sua história é uma celebração da alegria e da liberdade. Para este livro é a segunda vez que serve de "desculpa" para falar sobre livros, se não me falha a memória aproximadamente um ano depois da primeira vez que o fiz.

Foi com livros sobre livros e sobre leituras e leitores que me iniciei neste blogue e é dos meus assuntos preferidos, de tal forma que nas prateleiras lá de casa já começa a ser uma secção da biblioteca. Uma história da leitura. Uma, porque cada leitor constrói a sua própria história da leitura e, por isso, um livro que contasse "A História" da leitura seria, inevitavelmente, imenso... imenso e eternamente inacabado.

"Todos são leitores, e os seus gestos, a sua actividade, o prazer, responsabilidade e poder que obtêm na leitura partilho-os com eles." - Alberto Manguel, Uma História da Leitura, Editorial Presença, 1999

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