domingo, 1 de abril de 2012

Queria que fosse mentira, Mário

Era mentira mas morreu. Era mentira, só podia ser mentira, era 1 de Abril de 1996. Mas estava morto. Mesmo morto, apenas 47 anos, roubado pela doença a que chamavam do século. Poeta declamador, homossexual assumido, polemista convicto, actor apaixonado, Mário Viegas dava vida às palavras de quem as escrevia pela calada e num dia das mentiras calou-se.

Para sempre na minha memória afectiva, deu corpo e voz a Mário-Henrique Leiria, de quem eu lia “Contos do Gin-Tónico” e depois os “Novos Contos do Gin” como uma bíblia do sarcasmo, do humor negro, da irreverência. A Mário-Henrique – que também partiu, em Janeiro de 1980, não dando nem tempo para ver o Viegas dizer-lhe as palavras – voltarei em breve, prometo. Sou-lhe tão fiel quanto o Vodka, juro.

Por agora deixo-vos os Mários, juntos, num medley de contos. Aposto que, juntos, andam a fazer belos estragos lá pelo além.

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