quinta-feira, 1 de março de 2012

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Ontem, 28 de Fevereiro, viveu-se o 59.º dia do ano da graça de 2012. No grupo Livros no Facebook, agregado ao nosso blog, sugeri que se abrisse o livro que se anda a ler e se partilhasse uma frase da página 59. Comecei eu. Fica o registo de um momento.

Ana Almeida - ‎"Sob as botas usava muitas camadas de meias grossas." in "A Rapariga dos Pés de Vidro", Ali Shaw.

Rui Costa ‎- "Talvez o doutor tenha razão! Se calhar tenho grandes dificuldades em aproximar-me das pessoas." in "A Psicologia do Amor", Irvin D. Yalom.

Vitor Frazão - ‎"Ele está a guardá-las para um dia as pôr num livro e ela nem se dá conta disso." in "A Metade Sombria", Stephen King.

Catarina Fonseca - ‎"Um dos princípios básicos da medicina tradicional chinesa é que todo o ser humano é constituido por energia que circula pelo corpo em meridianos." Desculpa, ‘tou a ler a Activa. Mas a página 60 é bem mais interessante porque tem toda a fantástica história do Dr. Choy.

André Nuno - "E nada do que fica dito altera o facto de continuar a ser, como disse Alex, um tremendo desperdício." in “O Sentido do Fim”, Julian Barnes. :)

Catarina Noronha e Távora - "Quando a estátua foi destapada em cerimónia cuidadosamente preparada por Pombal, toda a gente pôde ver o cavalo do rei esmagando com as patas um ninho de víboras. Não havia contemplações para os seus inimigos..." in “O Último Távora”, José Norton.

Ana Paula Oliveira - A pág. 59 não tem texto, tem uma bela ilustração, um grande plano do Hugo de olhar atento e perspicaz, como predador pronto a atacar a presa. O livro é “A invenção de Hugo Cabret”, de Brian Selznick.

Cristina Cravo - “Lizzie entrou na minha vida muito cedo, sem que eu a conhecesse pelo nome .” in "Adoecer" de Hélia Correia.

Bau Pires - Se for a revisão de uma treta nossa não vale (é o que ando a ler).

Claro que vale, disse eu, desde que tenha uma página 59.

Bau Pires - Em “Cria Corvos”, deste palerma: “O brilho das coisas cega-nos o olhar; são as sombras que nos devolvem a verdadeira luz – com mais ou menos palavras, José Bernardo voltou ouvir aquela frase, aquela ideia, da boca de sua avó – um monte estará sempre bem caiado para os descuidados, a precisar de cal para os mais desvelados, mas a sua sombra todos a vão ver da mesma maneira, escura e com as formas do casario; só a sombra é sempre verdadeira, a luz é mentirosa todos os dias.”

M Paula Pimenta Pacheco - “A esperança deu lugar à melancolia, a melancolia deu lugar à serenidade.” in “Hoje Não”, José Luis Peixoto.

Ana Teixeira - “Tinham tido sopa de tomate para o jantar provavelmente três vezes por mês durante a sua vida de casados.” in “Contos de Dorothy Parker”.

Filipa Araújo - “Vestido de árabe foi a Meca, matou a sede com pequenos limões persas e à sombra dos pagodes dormiu longas tardes.” in “Histórias Para uma Noite de Calmaria”, Tonino Guerra.

Rui Serra - “Como se fosse a golpes de machado por entre uma vegetação negra e pegajosa, os pára-choques do volkswagen passat abrem caminho pela selva de chuva.” in “O Manuscrito de Deus”, Juan Ramón Biedma.

Ana Maria Torrão - “Philip, o prior, sabia que era normal haver um pagamento, mas também sabia que as ordens religiosas costumavam ficar isentas. - Sim, meu senhor, eu pago... a menos que desejeis conceder-me a licença de graça... / O rei Estevão dirigiu-se a Philip encarando-o bem de frente pela primeira vez. - Sois um homem corajoso, por ficardes aqui, com o inimigo nas vossas costas, e ainda terdes coragem de regatear comigo.” in “Os Pilares da Terra”, Ken Follett.

1 comentário:

  1. Um pouco atrasada, deixo a frase da página 59:
    "Sim, em você até o silêncio é teatral. O que você não quer é ser esquecido."
    "Pântano", de João Gaspar Simões, livro empolgante que ainda hoje é actual...

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