quinta-feira, 1 de março de 2012

Coimbra - O regresso d´A Brasileira


De passagem por Coimbra durante os próximos 10 dias, eis que é activado o modo “ imaginário de infância”:


Coimbra vai voltar a poder tomar café n' A Brasileira a partir de hoje. O clássico espaço, aberto em 1928 e encerrado há 17 anos para tornar-se um pronto-a-vestir, regressa ao destino para que nasceu. E garantem que o espírito do velho café se mantém.

O espaço onde funcionou o emblemático café A Brasileira, antigo palco de tertúlias políticas e literárias em Coimbra, reabre hoje, com o mesmo nome, na Rua Ferreira Borges. O proprietário, Lúcio Borges, promete "surpreender" quem participar na inauguração, às 17h30, mas não garante que os antigos clientes reencontrem muitas marcas do antigo café, que depois do encerramento, em 1995, já albergou uma loja de pronto-a-vestir.*


Corre sempre na memória afectiva aquela vontade de outros tempos de, um dia, “quando for grande”, ter acesso ao mesmo espírito que parece encantador! Esta “ A Brasileira” merece livros em cima da mesa, folhas soltas e lápis em riste. Porém, confesso que é melhor não criar esse cenário. Cada coisa tem o seu tempo e o seu lugar. Para já, a verdade é que a velha brasilheirinha cedeu lugar a uma neta que, como jovem e sem rugas, ainda tem que se afirmar.


*Graça Barbosa Ribeiro, ´Fugas-Jornal Público.

6 comentários:

  1. Finalmente!
    Assim que poder tomo lá um cafezito, com ou sem livros sobre a mesa, dependerá do ambiente...
    Seria interessante colocar algumas sugestões de bons locais públicos para ler/escrever aqui no blog e solicitar aos leitores( que pelo que vejo já se espalham por todos os cantos que façam o mesmo) ou fazer o desafio no facebook...acho que dava uma lista interessante.*

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    1. Vamos ver se o ambiente é propício, conto amanhã passar por lá. De qualquer forma , é mesmo essa a expressão - " Finalmente!

      Quanto à sugestão, vou segui-la, excelente ideia! Há cantos e recantos maravilhosos por todo o País, de cafés, esplanadas, jardins, a livrarias com café, a cafés com livros que disponibilizam folhas e lápis para os devaneios da escrita.

      Obrigada! Na próxima quinta-feira já sairá o primeiro roteiro, sem não antes lançar, também, o desafio no facebook :)

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  2. Em Guimarães, podem ser fazê-lo ( ler e/ou escrever) numa esplanada na bela Praça da Oliveira, com um cenário fantástico; no velhinho café Milenário ( pena que à noite, no Inverno, seja um pouco frio brrrrr, pelo menos é o que o Ubik diz :-)

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    1. Filipa,

      vou usar essa informação na próxima quinta-feira. Vamos lá fazer um roteiro das "praças" por este País fora, com belas esplanadas, cenários fantásticos, onde a escrita e a leitura ganham outro sabor.

      Obrigada!

      P.S - Bela Praça Oliveira mesmo, belo velhinho café Milenário :) tenho que voltar!

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  3. Eu já fui, achei que esta reabertura era uma excelente notícia. Mas fiquei muito desiludida. O que aconteceu não foi uma reabertura d'A Brasileira mas a abertura de um café com o mesmo nome. E isso já é uma coisa boa. Fico contente que haja lugares bonitos e frescos na Baixa de que eu tanto gosto e que me dói ver degradar-se.
    "E garantem que o espírito do velho café se mantém." Não vi nada disso: nem espírito, nem velho café. Sim, o candelabro está lá, lindo e imponente. Mas é só.
    Também acho que merecia "livros em cima da mesa, folhas soltas e lápis em riste" mas parece-me apenas um espaço demasiado clean, demasiado branco agora, demasiado encardido daqui a pouco tempo.
    Não estava à espera de uma viagem no tempo quando entrasse no café, mas teria que haver uma ponte com esse passado e essa história em que a "minha" Brasileira se encaixava tão bem. E não há.

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    1. Cara Paula,

      O sentimento que fica de agrado cinge-se mesmo ao facto de ver a Baixa com nova aposta numa Ferreira Borges que está a perder muito, quer pela degradação quer pela perda constante da vivência que merece.

      A imagem que usei da "neta" antecipava já a certeza do que aconteceu, a interjeição "Oh!".. que pena. "O que aconteceu não foi uma reabertura d'A Brasileira mas a abertura de um café com o mesmo nome." Precisamente.Falta mesmo um ponto de passagem, um elo, que não esqueça a memória, que não se fique com a sensação que mais valia que o nome do estabelecimento tivesse mudado, que lhe chamassem a "Nova Brasileira". Um Pormenor. Uma enorme diferença.
      Coimbra precisa tanto de aprender a repeitar-se na memória e a construir através dela e não pasando por cima dela.

      Não basta uma frase na parede, é preciso identidade e esta cidade teima em não preserva-la. No dia-a dia, para os seus.

      Obrigada pela sua partilha!

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