quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O poema que veio da Índia


A indiana Arundhati Roy é a autora de "O Deus das Pequenas Coisas", o livro que foi escolhido para Dezembro. Dela encontrei por aí [*] um poema.

Atrevo-me a trazê-lo até vós - na versão em inglês, como me surgiu, mas também numa tradução minha, com todo o risco que isso significa. Que me perdoem, se puderem. Mas que, em inglês ou português, o apreciem.


"Nunca Esquecer

De amar.
De ser amado.
Nunca esquecer a nossa insignificância.
Nunca acostumar à violência indizível
e à disparidade da vida em nosso redor.
Procurar a alegria nos lugares mais tristes.
Perseguir a beleza até ao seu covil.
Nunca simplificar o que é complicado
e complicar o que é simples.
Respeitar a força, nunca o poder.
Acima de tudo, observar.
Tentar entender.
Nunca desviar o olhar.
E nunca, nunca esquecer."

-- & --

"Never To Forget

To love.
To be loved.
To never forget your own insignificance,
To never get used to the unspeakable violence
and the vulgar disparity of life around you.
To seek joy in the saddest places.
To pursue beauty to its lair.
To never simplify what is complicated
or complicate what is simple.
To respect strength, never power.
Above all, to watch.
To try and understand.
To never look away.
And never, never to forget."

Arundhati Roy, in The End of Imagination, 1998


[*] http://mondaypoem.blogspot.com/2010/05/never-to-forget-arundhati-roy.html


3 comentários: