quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Morreu Christa Wolf


Acabo de ver a notícia no Jornal Público da morte da escritora alemã Christa Wolf.

Avança o jornal: "Morreu em Berlim, a cidade onde vivia desde os anos 1950, o símbolo da Alemanha dividida que foi, a par de um feminismo que era reflexo da pressão inevitável da sociedade sobre o indivíduo, o grande tema do seu trabalho literário. Christa Wolf, autora de “Cassandra: Narrativa” ou “Medeia: Vozes”, voz polémica na antiga República Democrática Alemã (RDA), de que foi uma das escritoras mais respeitadas mas, igualmente, uma das mais críticas; voz que se manteve polémica quando da reunificação (a que se opôs), morreu hoje, aos 82 anos, de “doença prolongada”, anunciou a sua casa editorial a Suhrkamp-Verlag.

As feridas nunca saradas da reunificação alemã e o pesado legado dos totalitarismos que assolaram o país foram o pano de fundo de todo o seu pensamento literário. Enquanto escritora, dizia em entrevista ao Die Zeit, em 2005, tentava aproximar-se de si através da escrita: “Chegar o mais perto [de mim] que consiga, e tão impiedosamente quanto me for possível”. O ano passado foi distinguida com o prémio Thomas Mann, um marco para qualquer escritor em língua alemã. O júri escolheu-a por uma obra que “analisa as lutas, esperanças e erros do seu tempo de uma forma crítica e autocrítica, com profunda seriedade moral e narrativas poderosas”.

1 comentário:

  1. António Tété Pereira2 de dezembro de 2011 às 18:50

    Se alguém tiver como objectivo principal da sua escrita, o que Christa Wolf almejava, através dela, a saber: conhecer-se profunda e "impiedosamente" (isto é, sem reservas, por mais que a verdade doa), dar-se-à o paradoxo de mais atingirmos os outros, quanto mais de nós descobrirmos...é que, ao atingir-se aquele cerne,estamos no domínio da unidade, onde eu e o outro somos um.

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