domingo, 6 de novembro de 2011

Philip Roth

Pareceu-me evidente que, mais cedo ou mais tarde, íamos falar de Philip Roth no blogue. Se é verdade que tenho alguns livros dele aqui em casa, nunca publicamente me debrucei sobre eles neste espaço.

Ubik, distinto membro da nossa equipa de amantes de livros, andou hesitante entre escolher Roth ou outras leituras. Mas, como já leva algum avanço nesta e está tudo a correr bem, optou por eleger um dos maiores escritores americanos da actualidade. Claro, só podia ficar contente e entusiasmado com esta escolha.

"Grande parte da obra de Roth explora a natureza do desejo sexual e a autocompreensão. A marca registrada da sua ficção é o monólogo íntimo, dito com um humor amotinado e a energia histérica por vezes associada com as figuras do herói e narrador de «O complexo de Portnoy», a obra que o tornou conhecido."

"Recebeu o Prémio Pulitzer na categoria de ficção por Pastoral Americana em 1998. É conhecido sobretudo por seu alter-ego, Nathan Zuckerman protagonista de diversos dos seus livros. Foi galardoado com o prestigioso Prémio Internacional Man Booker em 2011."


"Escritor norte-americano, Philip Milton Roth nasceu a 19 de Março de 1933, na cidade de Newark, no estado da Nova Jérsia. Filho de um mediador de seguros de origem austro-húngara, tornou-se num grande entusiasta de baseball aos sete anos de idade. Descobriu a literatura tardiamente, aos dezoito.

Após ter concluído o ensino secundário, ingressou na Universidade de Rutgers mas, ao fim de um ano, transferiu-se para outra instituição, a Universidade de Bucknell.

Interrompeu os seus estudos em 1955, ao alistar-se no exército mas, lesionando-se durante a recruta, acabou por ser desmobilizado. Decidiu pois retomar os seus estudos, trabalhando simultaneamente como professor para poder prover ao seu sustento, tendo-se licenciado em 1957, em Estudos Ingleses.

Inscreveu-se depois num seminário com o intuito de apresentar uma tese de doutoramento, e perdeu o entusiasmo, desistindo deste seu projecto em 1959.

Preferindo dar início a um esforço literário, passou a colaborar com o periódico New Republic na qualidade de crítico de cinema, ao mesmo tempo que se debruçava na escrita do seu primeiro livro, que veio a ser publicado nesse mesmo ano, com o título Goodbye, Columbus (1959). A obra constituiu uma autêntica revelação, comprovada pela atribuição do prémio literário National Book Award. Mereceu também uma adaptação para o cinema pela mão do realizador Larry Peece.

Seguiram-se Letting Go (1962) e When She Was Good (1967), até que, em 1969, Philip Roth tornou a consolidar a sua posição como romancista através da publicação de Portnoy's Complaint (1969, O Complexo de Portnoy), obra que contava a história de um monomaníaco obcecado por sexo. O autor passou então a optar por fazer reaparecer muitas das suas personagens em diversas narrativas. Depois de The Breast (1972), romance que aludia à Metamorfose de Franz Kafka, David Kepesh, o protagonista que se via transformado num enorme seio, torna a figurar em The Professor Of Desire (1977) e em The Dying Animal (2001). Um outro exemplo de ressurgência é Nathan Zuckermann, presente em obras como My Life As A Man (1975), Zuckermann Unbound (1981), I Married A Communist (1998, Casei Com Um Comunista ) e The Human Stain (2000).

Tendo dado início a uma carreira docente em meados da década de 60, e que incluiu a sua passagem por instituições como as universidades de Princeton e Nova Iorque, Philip Roth encontrou muita da sua inspiração em incidentes e ambientes da vida académica.

Em 1991 publicou um volume dedicado à história da sua própria família, Patrimony , trabalho que foi galardoado com o National Critics Circle Award no ano seguinte, uma entre as muitas honrarias concedidas ao autor. Em 1997, Philip Roth ganhou Prémio Pulitzer com Pastoral Americana. Em 1998 recebeu a Medalha Nacional de Artes da Casa Branca e em 2002 o mais alto galardão da Academia de Artes e Letras, a medalha de Ouro da Ficção, anteriormente atribuída a John dos Passos, William Faulkner e Saul Bellow, entre outros. Ganhou duas vezes o National Book Critics Award. Em 2005, Roth tornar-se-á o terceiro escrito americano vivo a ter a sua obra publicada numa colecção completa e definitiva pela Library of America. A publicação do útimo dos oito volumes está prevista para 2013."

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