sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Branco das Sombras Chinesas e um novo Abysmo que anda por aí

O livro começa assim, com esta primeira frase do primeiro livro:
«Detestava coincidências, simetrias, concordâncias, a facilidade com que as coisas se arrumam por afinidade ou contraste só para afeiçoar um sentido ao seu descomandado fluxo. Sonhava com uma aspirina que todos os dias reavivasse a desordem na flora recôndita do mundo, devolvendo a arritmia à batida cardíaca.»



A editora apresenta-se desta forma: "Na palavra abysmo, é a forma do y que lhe dá profundidade, escuridão, mistério… Escrevê-la com i latino é fechar a boca do abysmo, é transformá-lo numa superfície banal." Teixeira de Pascoaes 

E eu já fiquei fã.Quase logo à partida pelo conceito e pelo bom gosto do João Paulo Cotrim. Aliciado pelas publicações no Facebook, pelo design e pelas escolhas. A forma como o livro me chega a mão e o objecto per si completam esta descoberta. 

Pelo correio com o livro vem uma espécie de manifesto/ acordo/ contrato para os amygos do abysmo, do qual passo a citar algumas frases: 

"O clube para todos os que não dispensam charuto e brandy e que mesmo que deixem de fumar ou beber não se portarão como arrependidos;"

"Um clube desesperadamente seu e nascido para em rigor estar... Nas suas mãos, como um livro aberto." 

"Eu escolho ser abysmado" 

Procurem no Facebook a página da editora e escolham ser abysmados!

2 comentários:

  1. Sugiro a leitura do meu texto aqui:
    http://machadoalbertocarlos.wordpress.com/2011/11/18/gostar-do-branco-das-sombras-chinesas/

    ResponderEliminar
  2. GOSTAR DO BRANCO DAS SOMBRAS CHINESAS
    Li há dois dias O BRANCO DAS SOMBRAS CHINESAS do João Paulo Cotrim e do António Cabrita, das novíssimas edições ABYSMO, iniciativa do primeiro. Prometi escrevidura sobre o dito, mas não está fácil. Vou explicar, mas digo já que, embora obviamente esperasse coisa boa, superou as minhas melhores expectativas. Portanto, se não escrevesse mais nada, que ficasse pelo menos isto: gostei e torço para que muitas pessoas comprem e leiam o BRANCO DAS SOMBRAS.

    Por que é que não está fácil escrever: primeiro, porque os autores são meus amigos, o que me leva a declarar, como agora é uso, “conflito de interesses”; segundo, não sou “crítico literário encartado”; por fim o mais importante: quando a prosa tem esta originalidade e fulgor, que mais há a fazer do que um tipo se aconchegar mansinho, silenciado?

    Entremeio para adiar o embate: O BRANCO DAS SOMBRAS CHINESAS, de João Paulo Cotrim e António Cabrita, ilustrações de João Fazenda (Abysmo, Setembro de 2011), foi inicialmente um “folhetim a meelas (…) servido em outro diário, este nosso Diário de Notícias, à razão de duas doses semanais, durante o Verão quente de 2001 (de 2 de Julho a 28 de Agosto), faz agora uma década de misérias (…)”. Esta edição, toda impressa em azul forte, tem 78 páginas – incluindo as 16 das ilustrações – as folhas em dobra simples e cozidas como se fosse um único “caderno” e sem aparas no sobrante da dobra.

    Agora é que é – qual é o enredo, a trama, o plot do BRANCO DAS SOMBRAS? Nã tem. Ah sim? Atão comé quesaguenta? ...
    [continua em :http://machadoalbertocarlos.wordpress.com/

    ResponderEliminar