segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Némesis é o livro do mês de Novembro

"Apesar de Némesis nascer na família da maioria dos deuses trevosos, vivia no monte Olimpo e figurava a vingança divina."

"Némesis representa a força encarregada de abater toda a desmesura (Hibrys), como o excesso de felicidade de um mortal, ou o orgulho dos Reis, etc. Essa é uma concepção fundamental do espírito helénico:

«Tudo que se eleva acima da sua condição, tanto no bem quanto no mal, expõe-se a represálias dos deuses. Tende, com efeito, a subverter a ordem do mundo, a pôr em perigo o equilíbrio universal e, por isso, tem de ser castigado, se se pretende que o universo se mantenha como é.»"

"Actualmente, o termo Némesis é usado para descrever o pior inimigo de uma pessoa, normalmente alguém ou algo que é exactamente o oposto de si, mas que é, também, de algum modo muito semelhante a si."

Bem, tudo isto pesquisei na internet, sem abrir o livro que trouxe hoje para casa.


(Némesis foi publicado este ano pela Dom Quixote)

Com o livro de Philip Roth a descoberto, experimento passar os olhos pela sinopse:

"No «calor demolidor da Newark equatorial» grassa uma epidemia aterradora que ameaça de mutilação, paralisia, incapacidade irreversível e mesmo de morte as crianças da Nova Jérsia. É este o tema surpreendente e lancinante do novo livro de Roth: uma epidemia de poliomielite em tempo de guerra, no verão de 1944, e o efeito que tem sobre uma comunidade de Newark, coesa e assente nos valores da família, e nomeadamente sobre as suas crianças."

Um pouco mais abaixo, colocam-se perguntas: "Esta narrativa é atravessada pela questão obsidiante que perpassa todos os romances mais recentes de Roth - Todo-o-Mundo, Indignação, A Humilhação e, agora, Némesis: que decisões moldam fatalmente a vida de uma pessoa? Até onde vai a nossa impotência ante a força das circunstâncias?"


Prossigo mais um pouco, investigando a leitura que nos espera: "No centro de Némesis está Bucky Cantor, de vinte e três anos, monitor de um recinto de jogos, lançador do dardo e halterofilista, profundamente dedicado aos jovens que tem a seu cargo e desiludido consigo mesmo porque os problemas de visão o impediram de combater na guerra ao lado dos seus contemporâneos. Concentrando-se nos dilemas de Cantor quando a pólio começa a assolar o seu recinto de jogos - e nas realidades quotidianas que se lhe deparam -, Roth conduz-nos pelo itinerário meticuloso das emoções que semelhante epidemia pode gerar: o medo, o pânico, a revolta, a incredulidade, o sofrimento e a dor.

Movimentando-se entre as ruas abrasadoras e pestilentas de uma Newark sitiada pela epidemia e Indian Hill, um imaculado campo de férias para crianças situado no alto de Poconos - cujo «ar da montanha estava puro e livre de todos os contaminantes»-, Roth descreve um homem íntegro e vigoroso que, imbuído das melhores intenções, trava uma guerra pessoal contra a epidemia. Roth caracteriza com delicada exactidão cada ponto da caminhada de Cantor para o desastre pessoal e, ao mesmo tempo, a condição da infância."

As cartas estão dadas. Motivos não faltam para agarrarem o livro e acompanharem o que por aqui vai ser dito nos próximos tempos...

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