sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Como li o romance de Nuno Camarneiro, No meu peito não cabem pássaros

"... Nos dias em que o céu pegou fogo, estavam vivos os protagonistas deste romance - três homens demasiado sensíveis e inteligentes para poderem viver uma vida normal, com mais dentro de si do que podiam carregar. (...) Mas, enquanto o seus contemporâneos se deixaram atravessar pela visão trágica dos cometas, estes foram tocados pelo génio e condenados, por isso, a transformar o mundo. Cem anos depois, ainda não esquecemos nenhum deles."

Já todos devem ter percebido que em 1910 passaram dois cometas pela Terra. E o livro aprofunda 3 vidas. Separadas geograficamente por uma grande distância. Três pessoas distintas, mas brilhantes. No seu tempo e na posteridade.

Não posso dizer de onde são as pessoas. Nem quem são. Apenas posso referir que me foi mais ou menos fácil chegar a duas delas. Outra nem tanto, mas uma pesquisa pela internet revelou-me. Talvez por não ser tão evidente, talvez por não estar tão presente na minha órbita cultural. Confesso que não cheguei lá e, talvez, seja um ponto fraco a assinalar.

Mas há uma que me pareceu, desde cedo, bastante próxima. Talvez por ser tão nossa e por Nuno Camarneiro a descrever com acutilância. Outra também não é difícil concluir quem é. Um pouco de cultura literária é suficiente.


Quanto ao livro, pareceu-me inteligente. Acima da média, se falarmos de "romances" de estreia. Vejo potencial no escritor para se afirmar no panorama literário português. Sobretudo gostei de algumas tiradas que Nuno Camarneiro utiliza para contar a sua história.

Este livro entretém. Talvez porque há alguns toques de enigma, numa dose suave. O secretismo em torno de quem são as personagens, de facto, prende-nos à narrativa.

Vamos ficar atentos aos próximos trabalhos do Nuno. É interessante o facto do seu primeiro livro ser publicado pela prestigiada Dom Quixote.

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