quinta-feira, 28 de julho de 2011

Abrindo o Catálogo da Relógio D'Água

 Outro dia andei às voltas com o catálogo da Relógio D'Água. Logo nas primeiras páginas, mesmo antes da enumeração dos livros que a editora dispõe, três citações (prendas) que convosco partilho:

«Não há talvez dias da nossa infância que tenhamos vivido tão plenamente como aqueles que acreditámos ter deixado de viver, aqueles que passávamos com um livro preferido.»

Marcel Proust, Dias de Leitura

«Continuo a fazer de conta que não sou cego, continuo a encher a minha casa de livros. Há dias ofereceram-me uma edição de 1966 da Enciclopédia Brockhaus. Senti a presença desse livro na minha casa, senti-a como uma espécie de felicidade. [...] Senti como que uma gravitação amistosa. Penso que o livro é uma das possibilidades de felicidade concedida aos homens.»

J. L. Borges, O Livro



 «A essência do acto perfeito de leitura é, como vimos, de reciprocidade dinâmica, de resposta à vida do texto. O texto, embora inspirado, não pode ter uma existência significativa se não for lido (que estímulo de vida existe num Stradivarius que não é tocado?). A relação do verdadeiro leitor com o livro é criativa. O livro tem necessidade do leitor tal como este tem necessidade do livro.»

George Steiner, Paixão Intacta
 
Agradeço à Relógio D'Água todo o trabalho extraordinário que faz há muitos anos pelo livro em Portugal.

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