A ler de Junho dá destaque principal à entrevista que faz a Arturo Pérez-Reverte, mas é Cormac McCarthy que atrai todas as minhas atenções.
O tradutor das suas obras, Paulo Faria, faz uma viagem a San Marcos, no Texas, para conhecer pessoalmente o autor de 'A Estrada' ou de 'Suttree' (entre tantos outros). Além dos traços de personalidade do autor e de algumas aventuras descritas; o entrevistador conta a Cormac o seguinte:
'Explico-lhe porque me senti obrigado a traduzir Meridiano de Sangue pela segunda vez. Na primeira tradução não tive a coragem necessária para seguir algumas das indicações que ele me dera nas cartas. Não mergulhei na treva como devia. E ele repete-me o conselho: «Acho sempre preferível partirmos do princípio de que há no leitor uma centelha de inteligência.»'
Rogério Casanova escreve - logo a seguir - uma excelente análise à obra 'A estrada'. Percorrer este livro onde não há geografia nem destino, afirma.
Já aqui deixei um pequeno texto que refere o justo destaque a uma crónica que Manuel Hermínio Loureiro escreveu na Ler. É bom que Francisco José Viegas lhe dê o destaque merecido no editorial que escreve.
Assim como a Manuel António Pina... que mais à frente aparece descortinado por Osvaldo Manuel Silvestre. Aqui podemos aprender o essencial sobre a obra do Prémio Camões deste ano e ler alguns dos seus poemas.
Como este,
Volto de novo ao princípio
'A ideia de isto cansa-me
em qualquer sítio fora de qualquer sítio
onde o meu cansaço é só um conceito.
Há qualquer coisa que quer falar e apenas foge;
as palavras perseguem a sua miragem,
e eu sou o lugar onde tudo isto se passa fora de mim,
a Literatura, o cansaço e a ideia de isso.
Já não tenho palavras para não dizer qualquer coisa.
Volto de novo ao princípio de tudo, ao lado de fora, onde fala de isto
o que aqui falta está parado sobre a Literatura.'
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