quinta-feira, 5 de maio de 2011

O latim, o latir e as línguas... em dia de festa tudo a olhar para o balão!

O dia 5 de Maio foi fixado como a data em que é anualmente comemorada a “Língua Portuguesa e a Cultura da CPLP”, uma decisão saída do XIV Conselho de Ministros da CPLP, realizado em Junho de 2009, em Cabo Verde. Nesta data, os minisros dos Negócios Estrangeiros e das Relações Exteriores recomendaram aos Estados-membros, às instituições da CPLP, aos Observadores Associados e Consultivos e às diásporas dos países da CPLP, a comemoração do Dia da Língua Portuguesa, tendo em vista a sua afirmação crescente nos Estados membros e na Comunidade internacional.

Na Feira do Livro de Lisboa o programa de festas... com moderação de Maria João Costa e a participação de Ana Paula Laborinho (Presidente do Instituto Camões), Domingos Simões Pereira (Director executivo da CPLP) e Paulo Teixeira Pinto (Presidente da APEL). Amanhã, quinta-feira, dia 5 de Maio, das 19h30 às 21h00, no Auditório APEL.

*****

Agora e depois do paleio oficial um grande "afinal que m**** (e fica com asteriscos porque isto é um blogue de livros cultural e tal), é esta?"

Pois é mais uma daquelas datas em que parece que damos muita importância à nossa interculturalidade e à promoção da língua. Curioso que na palestra não esteja nenhum autor de nenhum dos países que pertencem a esta coisa, não esteja nenhum editor ou alguém com responsabilidade óbvia para alguma coisa nesta área que não sejam os senhores da gravata, do costume.
Pois não convém referir que Portugal tem feito um desinvestimento astronómico na promoção da língua e literatura lusofona. Nos cortes aos apoios a editoras nas transposições e traduções de autores, nos cortes das feiras do livro promovidas nos países da CPLP.

Mais uma vez os cães ladram e a caravana passa!

Mas para que não seja tudo mau, aqui fica um autor de valor entre tantos outros e com uma novidade fresquinha.

Crónicas com Fundo de Guerra, do Pepetela, Edições Nélson de Matos, com edição conjunta em Portugal e Angola.
As crónicas que compõem este livro foram publicadas no jornal “Público” de 1992 a 1995 e tinham por título genérico “Da Terra dos Mitos”. Poderia ser até um bom título para manter. Mas as crónicas tinham sido escritas na altura em que, depois do processo de pacificação e eleições do ano de 1992, altura em que tudo de bom parecia possível de realizar em Angola, se seguiu a desilusão do fracasso colectivo que significou 
a continuação da guerra civil, até em muito mais larga escala de sofrimento e destruição.
Como se destinavam a um público estrangeiro, uma parte importante dele sem referências sobre o país, pouco se falava de guerra ou assuntos directamente políticos mas antes do dia-a-dia e do despontar de pequenas notas de esperança, por vezes mesmo alguma ficção. No entanto, a guerra estava presente e o seu batuque ecoava por toda a parte, abafando a esperança. Talvez ainda se encontrem ecos nestas crónicas. Daí o título do actual livro.
Quase vinte anos passados depois de escritas, apresentam ainda eventualmente situações semelhantes 
às do presente. Alguns aspectos estão ultrapassados, para melhor ou para pior, dependendo dos pontos 
de vista. Preferimos não peneirar, mantendo mesmo as que nitidamente se encontram demasiado datadas. Essas valerão pelo testemunho de um tempo que não queremos que volte.
Com esta publicação em livro se abre também a oportunidade de as apresentar a um público angolano, 
o qual, espero, perceberá não ter sido o alvo inicial, embora nelas esteja exclusivamente representado.

1 comentário:

  1. "afinal que m**** (e fica com asteriscos porque isto é um blogue de livros cultural e tal), é esta?"

    Gosto disto!

    ResponderEliminar