quarta-feira, 11 de maio de 2011

Com quantos livros se faz um leitor

Foto: Pedro Ferreira

adjetivo: Que lê; substantivo masculino: aquele que lê; O leitor, na teoria literária, é uma das três entidades da história, sendo as outras o narrador e o autor. O leitor e o autor habitam o mundo real, e o narrador existe no mundo da história;

Na verdade as definições acima são incompletas. O leitor não é só um adjectivo, senão bastaria que alguém lesse bulas de medicamentos, flyers ou outdoors ou versos escritos em wcs públicos para ser leitor ou que lesse apenas uma vez quando criança para ser leitor para sempre.O leitor não lê por obrigação, ler para ele, além de uma necessidade vital, é um prazer. Constrói uma biblioteca, varia as secções, salta de prateleira em prateleira. Elabora listas de leitura e tem apontamentos, relaciona temas.

A linguagem não é mero código que se aprende e aplica, de modo mecânico e/ou automático. Não pode, portanto, ser considerada segundo uma visão mecanicista, que leva a uma produção discursiva acrítica e/ou limitada em suas possibilidades. A boa prática discursiva, ao contrário, implica compreender que a linguagem não pode ser estudada independentemente de seu contexto sócio-histórico, isto é porque traz em si os valores e a história social de diferentes grupos.

Hoje é o dia em que vamos conhecer melhor quem nos vista. Dos gostos pessoais ao genérico, das perguntas que aqui estão às que queiram responder. O que nos motiva?

Quantos livros lês por ano?
Quantos livros compras por ano?

Qual é o processo de compra de um livro? Pela capa, porque conheces o autor, confias na editora, criticas?

... e no fim o que fazes?

Quando tinha 16 anos, o jovem argentino Alberto Manguel trabalhava numa livraria em Buenos Aires. Certo dia viu entrar pela porta, acompanhado da mãe, um homem cego, já de meia-idade, que havia encomendado uma obra esquisita – um dicionário de anglo-saxão. Toda a gente conhecia o homem. Era o Jorge Luis Borges, um dos mais importantes escritores da actualidade. Manguel atendeu o escritor e este, quando já estava para ir embora, resolveu fazer-lhe uma proposta: que tal se nas horas livres o rapaz fosse até sua casa, para ajudá-lo com os textos que ele não conseguia ver? Nos dois anos seguintes, foi exactamente o que aconteceu. Ele leu em voz alta para Borges. Para si mesmo, enquanto isso, confirmou sua paixão pela leitura. Hoje, aos 55 anos, ele é um especialista de renome internacional nesse tema. A sua obra mais conhecida é mesmo esta "Uma História da Leitura", que em Portugal está editada pela Editorial Presença, foi top de vendas em muitos países e é uma obra de referência em todo o mundo. Escrito em linguagem clara e atraente, repleto de histórias e curiosidades, o ensaio aborda o assunto das mais diversas perspectivas – da iniciação à literatura à relação do texto escrito com as imagens e as novas tecnologias. Filho de um diplomata, Manguel, que se lembra de ter decifrado o significado das letras de um cartaz pela primeira vez aos 4 anos, já viveu em diversos países, da Itália ao Taiti, e é fluente em cinco línguas. Actualmente, é cidadão do Canadá, "um país onde sua voz é escutada como se fosse um político", é assim que escrevem normalmente na sua apresentação. Sobre o livro nada mais a acrescentar se não um enorme leiam!

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