quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sou


'Sou o que sabe não ser menos vão
Que o vão observador que frente ao mudo
Vidro do espelho segue o mais agudo
Reflexo ou o corpo do irmão.
Sou, tácitos amigos, o que sabe
Que a única vingança ou o perdão
É o esquecimento. Um deus quis dar então
Ao ódio humano essa curiosa chave.
Sou o que, apesar de tão ilustres modos
De errar, não decifrou o labirinto
Singular e plural, árduo e distinto,
Do tempo, que é de um só e é de todos.
Sou o que é ninguém, o que não foi a espada
Na guerra. Um esquecimento, um eco, um nada.'

4 comentários:

  1. Poesia alegre: o meu queridíssimo e singular O'Neill.

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  2. Sim, há alguns. De qualquer forma, o que me interessa na poesia é a essência. Não se ela é triste ou alegre.

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  3. Afastada mas sempre presente!
    Adorei a tua poesia...palavras que escrevem Sentires que o esquecimento teima em não esquecer!!!!Maravilhoso...um enorme abraço "Irmão"

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