quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ler no Feminino e as Questões de Género

Porque o livro escolhido para este mês pede este complemento de leituras e porque a Catarina Príncipe lançou o desafio aqui fica o meu contributo, pequeno tendo em conta que tanto em Portugal já se tem editado nesta área de estudo e imensa literatura possível em edições internacionais.

Retirado do Dicionário de Crítica Feminista, organizado por Ana Gabriela Macedo e Ana Luísa Amaral e publicado pelas Edições Afrontamento:
"Ler/ Mulher - Ler enquanto mulher e ler como mulher constituem dois projectos diferentes da crítica literária feminista (Wright, 1992: 371). A partir dos finais dos anos 1960 as mulheres têm vindo a (re)ler literatura e, em particular, os textos escritos por autores/ homens, a partir de perspectiva feminista, evidenciando a misoginia inerente a grande parte da nossa herança cultural e a sua inadequada representação das mulheres. Por outro lado, o "ler mulher", ou ler como mulher tem significado o resgatar do silêncio de muita literatura omitida, ou deliberadamente esquecida, escrita por mulheres, chamando a atenção para a sua representação peculiar do universo feminino e da experiência feminina. (...)"


Simone Beauvoir apresenta-nos um texto essencial para o feminismo contemporâneo. Um dos mais importantes ensaios feministas de sempre, O Segundo Sexo parte do princípio fundamental de que existe na sociedade um desequilíbrio estrutural e de poder entre os sexos. O masculino é tratado como referencial, neutro; o feminino é o "outro", definido sempre em relação ao primeiro. A partir desta premissa, Simone de Beauvoir desenvolve os seus argumentos recorrendo à biologia, à filosofia, à literatura e à cultura. Destaca-se a limpidez do seu discurso, que se pretende que seja acessível a todos os leitores e a actualidade do tema. Editado em Portugal pela Quetzal em dois volumes, que neste momento se encontram esgotados mas já em plano de reedição.


Ana Barradas em publicação da Antígona traz para a bibliografia portuguesa, este livro que constitui uma primeira incursão num domínio, a bem dizer, ocultado: o das mulheres que ao longo da História fizeram história, ao insurgirem-se simultaneamente contra o poder político e contra as inaceitáveis e específicas limitações que a lei e os costumes sempre impuseram às mulheres para impedir a sua autonomia como seres pensantes. São 704 esboços biográficos de mulheres de vários tempos e nacionalidades que lutaram em prol da igualdade de direitos na esfera pública e privada.

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