terça-feira, 19 de abril de 2011

Ondjaki arrebata o Lev, dia 18 Abril

O espaço Lev - Literatura em viagem - na biblioteca municipal Florbela Espanca, Matosinhos; teve a minha visita, passado dia 18.

Depois de ter assistido ao lançamento do livro de Joaquim Magalhães de Castro - 'No mundo das maravilhas' - e do trabalho infantil de Ricardo Adolfo com 'Os monstrinhos da roupa suja'; chegou uma mesa com o seguinte tema: 'África: uma viagem por começar.'

Moderada por um cliente antigo meu, Marcelo Correia Ribeiro, esta mesa juntou Afonso Cruz, Joaquim Magalhães de Castro, Ondjaki (Angola), Mohammed Berrada (Marrocos) e Teresa de Loo (Holanda).

Se o Marroquino e a Holandesa tiveram alguma dificuldade em entreter, pela barreira da língua; Afonso Cruz animou o público com histórias e peripécias mirabolantes das suas viagens. Mas pouco falou de África, admitiu.

Fez a ponte com Joaquim Magalhães de Castro e os Fortes portugueses espalhados pelo Gana. Joaquim prosseguiu contando a aventura que o levou a bordo do Navio Escola Sagres, ao largo da costa Africana - 'De Goa a Lisboa' - documentário a estrear em breve na Rtp2.


Mas o momento do dia chegou com Ondjaki. Sempre bastante observador e reservado, pega no seu caderno e diz um belíssimo texto poético que escreveu para a ocasião. Foram dez minutos de embalo. A voz muito calma e serena do escritor conquistou aplausos de pé e um senhor levantou-se a gritar alto: 'Obrigado!'. Foi realmente de outro mundo, impossível transmitir.

Para minha grande pena, não tenho as suas palavras. Mas vou estar atento. A ver se as encontro...

Estes encontros literários não são só uma ocasião para conhecer os nossos ídolos. São também experiências notáveis para quem partilha o gosto pela leitura, o amor pelo que se escreve. É sempre reconfortante encontrar velhos amigos. Sejam eles clientes, editores, pessoas dos livros... Gente 'esquisita' como nós!

1 comentário:

  1. Fantástico Rodrigo! Gosto muito do Ondjaki, que me faz lembrar o brasileiro Manoel de Barros, adorava ter visto isso...

    Posso apenas desejar que a Feira do Livro aqui de Lisboa nos traga, que seja um bocadinho, esse fulgor literário que emana da alta concentração destes "esquisitos como nós".

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