terça-feira, 15 de março de 2011

Um ano Almedina

O meu percurso profissional foi feito de grandes momentos, experiências e pessoas fantásticas. Obviamente com momentos menos bons, desemprego, incerteza em relação ao futuro...

Quando fiz parte da abertura da Leitura Bom Sucesso, integrei uma equipa muito boa. Que soube impor as suas ideias e lutar por aquilo que queria para a loja. A prova que o grupo é coeso é o facto de, ainda hoje, pouca gente ter saído. Aliás, nem uma mão saiu.

Foi a Leitura que me pôs a trabalhar directamente com a Almedina. Agarrei a oportunidade de escolher os livros de direito para a loja. Esse papel fez-me conhecer o vendedor da altura, José Leal. Com ele criei uma área diversificada, com as edições sempre em dia.

Mais tarde, quando o meu contrato acabou, foi a ele que deixei currículo. E foi esse currículo que, 10 meses depois, me abriu portas.

A primeira experiência nos livros foi muito intensa. Passei por uma grande inauguração na Boavista e dei uma perna na abertura da loja do Museu de Serralves. Creio que foi uma boa escola, muito do que sei sobre livros foi lá que aprendi.

Estive com um pé na Coimbra Editora uns meses mais tarde. Foi pela mão do irmão do actual vendedor da Almedina aqui na zona Norte (o Miguel). O Pedro Peixoto (também ele vendedor, mas da Princípia) fez chegar o meu nome a uma entrevista na sede em Coimbra.

Aquilo que inicialmente previa ser uma nova fase transformou-se numa desilusão. Na sexta feira estava garantido que ficava. Na segunda desistiram do lugar. Nunca esquecerei ou perdoarei a forma deselegante com que me informaram, por telefone. É, verdadeiramente, vergonhoso.

A paciência por esperar por um lugar nos livros começava a desvanecer-se. Precisava de pagar os estudos, vivia sem pedir dinheiro aos pais. E o subsídio de desemprego estava a acabar.

A sorte mudou quando soube que ia abrir uma Fnac em Guimarães. A minha família está ligada a Guimarães e, ainda hoje, conserva uma bonita casa na cidade.

Abrir a Fnac foi um excelente desafio. O público e a forma de trabalhar são totalmente diferentes. Mas sabia que não seria por muito tempo. O meu contrato tinha sido feito, especificamente, para abrir a loja.

Dois meses e meio depois estava desempregado. Sem qualquer tipo de ressentimento pela Fnac. Já estava a contar, embora, não o negue, gostasse de ter ficado mais tempo. Conheci gente extraordinária, adorei viver na cidade. Volto lá com enorme prazer, fiz amigos para a vida.

Saído da Fnac, andei 'em namoros' com a Bertrand. Mas não passou disso mesmo. Em Janeiro fui a uma entrevista para a loja do Fórum Coimbra. Passado pouco tempo, fui a outra para um part-time em Ovar. Se, no primeiro caso, não fui escolha, no segundo não aceitei.


A Almedina apareceu no tempo certo. As reservas de dinheiro estavam reduzidas a quase zero. Ironicamente marcou entrevista para o dia em que já tinha agendada outra, para a Fnac Leiria.

Mas ganhou em tudo. Primeiro, a entrevista foi mais cedo. Segundo, as condições eram quase iguais. Obviamente que, entre viver na minha cidade ou ir para Leiria, não se colocou a questão.

No entanto, não foi o único motivo. Nunca escondi aos meus antigos colegas que gostava, um dia, de trabalhar na Almedina. Sou cliente há alguns anos, não fosse a minha 'aventura' pelo ensino superior ser Direito.

Conheço bem as lojas de Coimbra e do Porto. Há pouco tempo conheci uma loja em Lisboa e a de Braga. Em cada loja, em cada pessoa que conheço, a certeza: é um grupo que tem excelentes profissionais, é uma marca com enorme potencial e com margem para crescer e implementar o seu nome num mercado difícil e competitivo.

Obviamente, com muito trabalho.


Passado um ano e duas lojas na Almedina, o futuro vive-se dia-a-dia. Procurando resolver problemas e investindo nos nossos clientes. É essa a minha aposta e das pessoas com quem trabalho.

Almedina, que em árabe significa cidade. Arco de Almedina, sua porta de entrada. Símbolo da cidade de Coimbra, onde estudei e vivi os melhores anos.

Alguns anos depois, 5 lojas no currículo, das quais 3 inaugurações; posso dizer que tudo passou rápido de mais para me sentar e pensar um pouco... Mas valeu a pena não ter desistido.

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