domingo, 13 de março de 2011

Porquê "Uma viagem à Índia"?

Hum... Quero saber se Gonçalo M. Tavares me conseguirá bloomificar.

Bloom, protagonista desta “epopeia mental”, já comparado a personagens como o desassossegado Bernardo Soares ou o nihilista Bartleby, de Herman Melville, deixa-me curiosa, assim como a prosa poético-filosófica do seu autor.

Depois de ler alguns livros do Bairro, habituei-me à desconstrução, aos questionamentos, a personagens que nos desarmam na sua paradoxalmente complexa simplicidade (é daquelas coisas que há que ler para crer): como o senhor Valéry, por exemplo, que confundia sua cabeleira com um chapéu (vá-la, não confundia a mulher, como o outro), preferia andar dez horas a pé para chegar a seu destino, do que apenas vinte minutos de comboio (pois claro que os locais de destino não seriam os mesmos com tamanha discrepância de tempos), ou que absorvia as coisas que o rodeavam como se estas se lhe colassem aos sapatos.

“A vida, apesar de tudo, é fácil. Numa rotunda.”, diz o primeiro personagem da alfabética ordem de acontecimentos de Matteo Perdeu o Emprego. O globo terrestre, sendo globo, é redondo. E se o podemos tornear, podemos também vê-lo como rotunda.

Será fácil a vida de Bloom? É o que vamos ver!
Estão todos convidados a esta epopeia literária!

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