terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Marjane Satrapi, uma forma de estar na vida e nos livros

Marjane Satrapi nasceu no Irão em 1969 numa família bastante moderna. Quando tinha 14 anos de idade, foi enviada para Viena, para fugir do regime ditatorial. Leva uma vida errante por um tempo, e finalmente volta ao Irão, onde casa. Em 1994, depois de se divorciar muda-se para França. Começou a trabalhar no seu romance autobiográfico gráfico "Persepolis". Foi publicada pela L'Association e tornou-se um sucesso instantâneo. Não era só o primeiro livro de BD iraniano, mas também de uma mulher. Desenhou especialmente para informar as pessoas sobre o Irão real, além dos preconceitos que cercam uma ditadura. Marjane Satrapi tem prevista a edição de "Persepolis" em quatro partes, para além da BD já existente e traduzido em várias línguas, uma recolha dos vários volumes que estão na origem do guião para o filme. Além de artista na BD, ela é também escritora e ilustradora de livros infantis.

Adaptado para cinema de animação, "Persepolis" foi imediatamente condenado pelo regime de Teerão que tentou impedir a sua distribuição através de contactos das suas embaixadas. Rapidamente reconhecido pela critica internacional tem marcado presença em vários festivais onde tem também arrecadado vários prémios, entre eles o Festival Internacional de Cinema de Cannes e os Óscares.


Em Portugal, que tenha conhecimento, para além de "Persepolis", estão disponíveis em língua inglesa, "Embroideries" (2005) e "Chicken with Plums" (2006). Este último está neste momento a ser trabalhado para adaptação em filme.

"Chicken with Plums", conta em apenas 85 páginas, uma história de oito dias, inspirado na vida do seu tio, Nasser Ali Khan. Quando encontramos Khan, em 1958 o Irão, é um músico que toca alaúde mas que busca desesperadamente um novo instrumento em que possa replicar a qualidade sonora e emocional do seu velho instrumento. A esta tarefa é acoplado um encontro casual na rua com um antigo amor que já não o reconhece. O livro é breve mas a história é rica. Aprendemos muito sobre a personagem de Khan através da interacção com os amigos e família. Para quem gostou de "Persepolis" vai reconhecer o estilo de Satrapi, o desenho é característico. Há poucos detalhes sobre o período de tempo do Irão neste conto mas o clima político do país é discutido no início da história.


Vale a pena ler o artigo Persepolis: A State of Mind escrito pela autora para a revista Literal. Vale também a pena procurar em websites internacionais de venda de livros, generalistas ou especializados pelo resto da obra de Marjane Satrapi.

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