terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Uma solidão demasiado ruidosa, Bohumil Hrabal

Não espere encontrar este livro em destaque... Nunca o vi nos móveis principais de exposição, numa montra... Pura negligência livreira. Possivelmente porque não tem 'a capa'... Porque ronda os cinco euros. Porque deste Checoslovaco pouca gente ouviu falar.

Ainda bem que as lógicas da maioria nada significam nos livros!

Abrindo um pouco o jogo, de Hrabal disse Kundera: '(...) é uma das incarnações mais autênticas da Praga mágica; é o incrível casamento do amor plebeu e da imaginação barroca.'


O que me encantou nele foi, como em todas as histórias do género, falar de livros. Hanta é mais um herói anónimo e fictício. Trabalha num velho depósito de reciclagem e com uma velha prensa.

Entre o muito papel que lhe passa pelas mãos, vai salvando alguns livros. A sua colecção não pára de aumentar, crescendo e tomando conta da sua casa.

O pós-68 vem destruir o significado da sua profissão. Naquela cidade onde vivia, é instalada uma cadeia automática - insensível ao papel que lá entra. Os jovens operários, 'corrompidos' por esta maquinagem de profissões, enviam Hanta para o exílio. O exílio dos livros que juntou.

6 comentários:

  1. Não conhecia o autor e gostei. Obrigado pela .sugestão

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  2. é das primeiras pessoas em portugal que encontro a referir este incrível autor!! bom gosto.

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  3. o livro é fantastico, um dos melhores que ja li na vida!

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  4. Concordo Mairaviana. É um grande livro. Singelo e pequeno, mas grande no sentimento e poesia. Vale a pena, para quem ama a leitura

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  5. Também aprecio muito este autor. Li esta obra há algum tempo e outra também bastante apreciável intitulada «Eu que servi o Rei de Inglaterra», em que perpassa o humor ao mesmo tempo naïf e negro dos checos.

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  6. Li há muito tempo e gostei muito. Lembrei-me agora de uma outra obra diferente, mas também muita bela que, de certo modo, igualmente aborda a questão da censura, da tentativa de aniquilamento da cultura (porque perigosa para a manutenção de certas circunstâncias políticas).Em ambas as obras, o livro, manifesto repositório de cultura, assume-se como personagem sedutora que tenta o homem e por ele é salvo. Duas pérolas: "Uma Solidão Demasiado Ruidosa" e "Fahrenheit 451". Hrabal e Ray Bradbury.

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