quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
O meu olhar sobre Primo...
'Se isto é um homem' é um livro cruel. Por momentos desejei transportar-me até lá e acabar com aquele massacre. Não falo apenas das vidas, mas 'aquela' condição humana.
Parece incrível, mas viver ali pareceu-me sempre pior do que morrer. Primo Levi escreve o pior pesadelo que podemos imaginar.
Uma coisa é avaliarmos o Holocausto através do estudo da História. Outra coisa é percebermos a história de um homem que lá esteve. Que sentiu, cheirou, tremeu de frio, emagreceu de fome, negociou a sobrevivência...
Todos marcados por um número... Entrando ali, perdia-se a identidade de um nome. Passava-se a ser conhecido por um número de série. Números que distinguiam classes de homens e nacionalidades. Como se isso, realmente, importasse...
Neste mundo dos esgotos, ninguém escolhe se vai ou não sobreviver. É o corpo que revela quem vai primeiro. Ou um capricho de sorte.
Primo Levi teve a sorte de ter sobrevivido. Sinceramente, apesar de lhe agradecer este livro, preferia não ter vindo contá-lo ao mundo.
Encerramos mais um livro do mês. Quero deixar uma palavra especial de apreço à Carla Valério que soube escolher esta história.
Que tantas sensações de desconforto me trouxe. E de humanidade...
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