Através do processo de tradução, parece que Alex Kerr descobriu ainda mais do que uma única cultura japonesa. Escrito com base na experiência quotidiana de 30 anos de vida, o leitor é conduzido num passeio aos bastidores dos ícones culturais do país. O livro explora as diferentes facetas culturais de Alex Kerr, a amizade com os actores Kabuki, a compra e venda de arte, estudo da caligrafia, explorando templos raramente visitadas e santuários. Fascinado pela cultura não se deixa nem cair no erro comum de comparação com as culturas ocidentais onde os padrões são demasiado diferenciados para tal. Por outro lado o autor faz uma critica ao modelo actual de vida no Japão e às mudanças radicais, sem entrar em nostalgia e revivalismos exagerados evocando tempos idos. O resultado é um livro acessível e interessante sobre o dia moderno no Japão, visto por um estrangeiro ao mesmo tempo quase nativo.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Lost in translation no livro “Lost Japan” de Alex Kerr
Imaginem escrever algo em japonês e em seguida, tentar traduzi-lo para inglês e descobrir que não podem/ conseguem fazê-lo. Os textos são originalmente escritos em japonês como uma série de artigos para a revista Shincho 45. Em jeito de ensaio autobiográfico descrevem uma série de experiências vividas pelo autor desde 1964, altura em que chegou ao Japão, ainda muito jovem, acompanhando o seu pai que servia nesse país o exército norte-americano. Em 1993, ganham a forma de um livro e este acaba por ganhar o prémio de literatura Shincho Gakugei em 1994 (o primeiro atribuído a um estrangeiro). Mais tarde, traduzido com a ajuda de Bodhi Fishman, para inglês e em 1996 a Lonely Planet publicou esta versão com o título “Lost Japan”. Kerr é formado em Estudos Japoneses e Chineses pela Universidade de Yale e Oxford, respectivamente e esteve envolvido na criação de colecções durante a maioria do seu tempo no Japão.
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