Não param de me enviar poemas de Fernando Pessoa...
E eu não me canso de os publicar!
'Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
E enquanto a vamos pensando
Enquanto a vamos vivendo
Divididos entre errada e verdadeira
O tempo vai passando.
E os anos vão roubando
Tanto tempo sem viver
Que a vida que a gente tem
Se é a que tem que pensar
Nem sempre é a que quer ter.'
E enquanto a vamos pensando
ResponderEliminarEnquanto a vamos vivendo
Divididos entre errada e verdadeira
O tempo vai passando.
E os anos vão roubando
Tanto tempo sem viver
Que a vida que a gente tem
Se é a que tem que pensar
Nem sempre é a que quer ter.
Isabel
Pessoa deixa-me sempre angustiado. A verdade é que me pergunto: teria ele alguma vez sentido realmente alguma coisa? Ou, grande malabarista, fingiu sempre sentir? Ou seja: acreditou ele alguma vez em alguma coisa?
ResponderEliminarÉ muito difícil ter a certeza se, de facto, Pessoa sentiu tudo aquilo que escreveu... Mas, como ele próprio afirma, 'o poeta é um fingidor'.
ResponderEliminarUm Homem que não é um, mas vários ao mesmo tempo. Que tem uma personalidade tão obscura.
É estranho, não sei o que responder, Manuel.