terça-feira, 16 de novembro de 2010

A solidão, por Vinicius

'A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflecte. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o património de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.'

2 comentários:

  1. " Morre lentamente quem não viaja
    quem não lê,
    quem não ouve música,
    quem destrói o seu amor-próprio,
    quem não se deixa ajudar.

    Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
    Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
    Quem não muda as marcas no supermercado,
    Não arrisca vestir uma cor nova,
    Não conversa com quem não conhece.

    Morre lentamente quem evita uma paixão,
    Quem prefere o "preto no branco"
    E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
    Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
    Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

    Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
    Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
    Quem não se permite,
    Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

    Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da
    Chuva incessante,
    Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo
    Não perguntando sobre um assunto que desconhece
    E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

    Evitemos a morte em doses suaves,
    Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
    Simples acto de respirar.
    Estejamos vivos então!"

    ( Penso que é de Pablo Neruda )

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