segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Carlos Ruiz Zafón

'O Cemitério dos Livros Esquecidos'... Foi este local que me encantou quando li 'A Sombra do Vento'.

Já foi há uns 5 anos que peguei nele, ainda não vendia livros e este título estava longe de ser um campeão de vendas. Veio-me parar às mãos depois de ter lido o 'Cem anos de Solidão', por isso foram tempos de grandes leituras.


Sempere é um personagem inesquecível. O relato da sua história começa no pós guerra, quando o seu pai lhe revela 'o cemitério dos livros esquecidos'. Sempere tem que escolher um livro no meio de centenas para que este seja protegido e jamais desapareça.

Na busca de informações sobre o livro que escolheu - a Sombra do Vento - Sempere vai envolver-se em paixões, mistérios e grandes segredos que a cidade de Barcelona esconde.

No seguinte livro, 'O jogo do Anjo', Zafón volta ao cemitério dos livros esquecidos. Numa época diferente, anos 20. A mesma cidade, mas diferentes histórias para contar.


Esperava um pouco mais deste romance, confesso. O que falta neste é a magia de Barcelona. A roçar o policial em muitos casos, o autor acaba por fugir um pouco ao estilo do outro livro - mais descritivo e pausado.

Aqui é-nos contada a história de um jovem escritor a quem é prometida uma fortuna para escrever um livro 'como nunca existiu'. Pelo meio, amores impossíveis...

O que há de bom neste livro é o regresso à livraria 'Sempere e filhos' ou ao 'cemitério dos livros esquecidos'. No entanto, a meu ver, é um livro que podia ser menos extenso e mais simplificado. Não digo que tenha sido uma desilusão, mas há sempre um risco quando se comparam livros do mesmo autor.

Vamos agora a 'Marina', na mesma Barcelona, muitos anos mais tarde. Já está no carrinho de compras. Deixo aquilo que se conhece... Vamos aguardar mais uns dias...


«Por qualquer estranha razão, sentimo-nos mais próximos de algumas das nossas criaturas sem sabermos explicar muito bem o porquê. De entre todos os livros que publiquei desde que comecei neste estranho ofício de romancista, lá por 1992, Marina é um dos meus favoritos.» «À medida que avançava na escrita, tudo naquela história começou a ter sabor a despedida e, quando a terminei, tive a impressão de que qualquer coisa dentro de mim, qualquer coisa que ainda hoje não sei muito bem o que era, mas de que sinto falta dia a dia, ficou ali para sempre.» Carlos Ruiz Zafón

«Marina disse-me uma vez que apenas recordamos o que nunca aconteceu. Passaria uma eternidade antes que compreendesse aquelas palavras. Mas mais vale começar pelo princípio, que neste caso é o fim.» «Em Maio de 1980 desapareci do mundo durante uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro.» «Não sabia então que oceano do tempo mais tarde ou mais cedo nos devolve as recordações que nele enterramos. Quinze anos mais tarde, a memória daquele dia voltou até mim. Vi aquele rapaz a vaguear por entre as brumas da estação de Francia e o nome de Marina tornou-se de novo incandescente como uma ferida fresca. «Todos temos um segredo fechado à chave nas águas-furtadas da alma. Este é o meu.»

6 comentários:

  1. Só li A SOMBRA DO VENTO e gostei.
    Não li ou seguinte porque toda a gente que oleu se desiludiu... Os blogs por vezes também nos impedem de ler em vez de nos estimular a ler.
    :-) Eram só opiniões desiludidas...
    Quanto a este Marina. Ainda nem o tinha visto.
    A capa está bonita!!

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  2. Draco,

    Não vá pelos caminhos dos blogues. Eu esperava mais, porque o primeiro foi um encanto de encher olho. O segundo foi bom, mas talvez precisasse ser tão extraordinário. As comparações são sempre injustas...

    Mas não fiquei desiludido. Aliás, aconselho. É um bom livro. Acho que não devia tê-lo lido quando a febre voltou. Agora, passado tantos anos do primeiro, seria melhor.

    Quanto a Marina, vou lê-lo. Estamos a falar de histórias diferentes, registo diverso. Mas de uma obra que o autor considera ser das suas preferidas. Quando assim é, motivo meu para ficar com as antenas bem ligadas!

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    1. Eu li o Jogo do anjo antes de ler a sombra do Vento e simplesmente AMEI o livro. Achei-o sensacional, surpreendente, tanto q o tenho cmo um dos melhores q já li(e eu leio mtooo!!!). Também gostei mto de A Sombra do Vento, mas confesso q o primeiro livro q li do autor foi mais especial. Qto a Marina, vou começar a ler, mas já desconfio q vou gostar mto tb!

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  3. Primeiro uma observação: o Martín se apaixona por Cristina, ela é filha do motorista de Pedro Vidal, não por Isabela que é filha do dono de secos e molhados. Na verdade ela é quem se apaixona por ele.

    A Sombra do Vento é realmente mágico, fácil, maleável; O Jogo do Anjo necessita de interpretações meticulosas, pois não entrega tudo de bandeja. O autor é maravilhoso, conduz a história como ninguém e ambos são de fácil e rápida leitura. Seguem o estilo do autor e têm um fio que os liga e que não se interrompe nessa última obra.

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  4. A sombra do vento: uma delícia inesperada. Tive o livro na prateleira durante anos sem saber o que estava a perder. Dos meus favoritos da actualidade.
    O jogo do anjo: mal terminei a sombra do vento, saltei para este. Não é, de todo, mau livro. Lê-se também com muito ritmo e é intenso mas, na minha opiniao, é um retrocesso porque nao cria uma magia comparável ao anterior. Contudo, conheço leitores que têm opinião contrária e preferiram o jogo do anjo.
    Marina: Leitura mais leve e inconsequente. A escrita é claramente de qualidade inferior aos outros, mas temos que notar que é também anterior a eles e congratular o autor que teve uma evolução na qualidade da sua produção. Um livro mais adolescente, embora seja bom para ler enquanto se comem pipocas.

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  5. “ ... as pessoas vivem tanto de grandes e pequenas mentiras como do ar “

    O JOGO DO ANJO de Carlos Ruiz Zafon

    Li 'A Sombra do Vento' e adorei, achei um livro perfeito. Desde a construção da história, passando pela caracterização dos personagens, diálogos e até ao desenlace final. Li-o há uns meses, neste ano de 2012 e, gostei tanto que comprei logo em seguida 'O Jogo do Anjo' e esperei ansiosamente pelas minhas férias para começar a lê-lo.
    Ora bem, eis que estou neste momento em férias e, acabei apenas há dois dias de o ler. Acho que, embora não tão bom como o primeiro, continuei a achar que é um excelente livro! Achei piada ele escrever uma frase que eu digo já há bastante tempo: 'Os livros são a única coisa no mundo que ninguém rouba'; Uma grande verdade... triste...
    Recomendo vivamente qualquer um dos dois!

    Outras citaçoes que achei interessantes:
    “ Com o tempo a solidão mete-se dentro de nós e não sai mais “
    “ O silêncio faz com que até os estúpidos pareçam sábios durante um minuto “

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