sábado, 11 de setembro de 2010

Benito Cereno, Heman Melville

Apanhei este conto de Melville numa colecção que saiu da Expo 98 - Lisboa. Chama-se 98 mares e tem imensa variedade.

Este é de aventuras. Para vos dar um pequeno impacto, deixo estas palavras: 'Ao subir a bordo, o visitante viu-se imediatamente rodeado duma multidão clamorosa de brancos e negros: porém, estes últimos ultrapassavam os primeiros em proporção inesperada num barco negreiro como aquele'.

Toda a acção é passada entre dois barcos e baseia-se numa rebelião de escravos. Amasa Delano vai investigar um navio espanhol, mas o que mais observa são os comportamentos estranhos do seu capitão, Benito Cereno. Um homem nervoso, piegas, demasiado dependente de um escravo particular. Envolvido em enorme mistério, Benito capta a atenção de Delano.

A história do capitão Benito não bate certo desde o princípio, levando Delano a achar que aquele está completamente senil. Mas, afinal, os verdadeiros motivos são desconhecidos até ao surpreendente desfecho.

A verdade escondida está em Babo - o escravo particular deste Senhor - que, na realidade, é líder de uma rebelião que capturou o navio. Benito não é mais que um fantoche comandado pelo grupo. Por isso o discurso do frágil Benito estava cheio de contradições e o 'falso' comandante se mostrava constantemente inseguro.

Resta saber se a revolta dos escravos conseguiu mais um navio. Mas isso deixo para o leitor descobrir. Se, por acaso, não tropeçar neste livro em algum alfarrabista, aconselho a encomenda lá fora. É desconcertante!

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