Sob o Arco de Almedina entre o ditongo e o til
lá onde cheira a nardo e a jasmim
no interior dos pátios entre a cedilha e o trema
do outro lado da língua onde de súbito
o poema.
Sob o Arco de Almedina sob o Arco
entre azulelo e álgebra
lá onde mora aquela que não vem
sob o Arco de Almedina onde de súbito
ninguém.
Sol e sombra no canto e no silêncio
sob o Arco de Almedina onde o alaúde
canta um amor perdido entre salgueiro e barco.
Sob o Arco de Almedina. Sob
o Arco.
Manuel Alegre
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