sábado, 7 de agosto de 2010

Raquel Serejo Martins


Tinha que contratar a Raquel para o blogue. Para me escolher o livro de leitura conjunta, para escrever o que lhe vai na real gana. Esse dia ia chegar, mais cedo ou mais tarde. Pensei no mês de Agosto, calor de Verão. Somei Setembro, caminhando para o Outono. Tirei a fotografia e imaginei-a neste contexto...

Falamos de livros e autores, de personagens que nos marcam, de estilos de escrita que nos agradam. A Raquel vive esta paixão. Conheço-a virtualmente o suficiente para saber que vai trazer Alma. Não se pode esperar outra coisa de uma Transmontana...

Esta miúda (assim lhe chamei) "tem dois gatos, a Xana e o Ícaro, pratica ioga, e tenta escrever poemas, fados e outras canções. Comove-se com as palavras do Lobo Antunes, do Joaquim Sabina e do Chico Buarque, com as pinceladas da Paula Rego e com o cheiro a terra molhada em entardeceres de Verão". É tudo o que sei dela. Assim me diz o seu livro, publicado em 2009 pela Estampa: "A solidão dos inconstantes". Está aqui na minha mão, não lido, mas prometido.

Vamos esperar para saber o que ler. Trouxe uma Economista para este espaço, antiga estudante em Coimbra: cidade de muitos poetas e escritores. Algo me diz que esta escolha é muito especial.

Vamos equipa!

3 comentários:

  1. Acabei de ler A Solidão dos Inconstantes ainda esta semana. Gostei imenso do livro e vou querer entrevistar a autora para o blog. Acho que se encaixa perfeitamente no tipo de divulgação que tenho feito e mostrou ser uma autora de grande talento.
    Quando chegar de férias publico a minha opinião no meu blog.
    Abraço

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  2. Li e recomendo. Quando as magníficas frases da Raquel entram por nós adentro têm a capacidade de nos maravilhar.

    "Depois entrava em mim uma pena enorme, por ver que a neve derretia. O som regressava ao mundo. Numa agonia de dias, os beirais dos telhados carpiam, parecia que tudo estava a desfazer-se, a perder a perfeição original e o mundo voltava a ser mundo. Eu sentia-me a transpirar, a destilar por dentro, a solidez do meu corpo derretia, encolhia, e não voltava à janela."

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  3. A autora faz um feliz auto-exorcismo da realidade repetida de todos os dias, projectando-se mentalmente na qualidade e funçoes dos objectos comuns que recebem por contagio, contaminaço, influencia, importancia e auto-psicogenia essa condiçao cronica quase fatalista do seu significado banal transformado em abissal, numa hiperestese e inconformismo de vida, eventualmente ansiada como mais alegre e socialmente mais entusiastica.

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