Não consigo determinar o que me leva a ser um leitor compulsivo. Já tentei pôr ordem, planear tempos para cada livro, saber o que leio no autocarro ou deixo em casa, deixar livros a meio sem medos... Não dá! Volto sempre a pecar vertiginosamente, levado pelo impulso.
Volta e meia acumulo 5 leituras e dou por mim a chamar-me nomes. Quando estou próximo de ter tino, lá vem qualquer coisa que me chama ao pecado. Começo um novo.
Este fim de semana fui a Lisboa. Esqueci-me do Philip Roth no emprego. Deixei 'o processo' de Kafka em casa. Terminei, no dia anterior, 'Helena' de Machado de Assis, comprei o livro da Ana Teresa Pereira, porque foi a escolha deste mês para o blogue... Entretanto, vejo-me com o regresso marcado ao Porto e nada para ler. Que fazer? Óbvio, comprar 'a sonata de Kreutzer' de Lev Tolstói e começar a devorar! Ainda por cima, o raio do livro arrisca-se a ser dos melhores que li este ano... É caso para dizer: chiça!
O que pensa o caro leitor disto tudo? Caso de médico?
médico nao... de internamento, talvez! :) Mas nada muito prejudicial para a saude!
ResponderEliminarEu sinto-me uma pessoa muito feliz por ter um companheiro compulsivo, espero que mais se confessem, desconfio que somos muitos com esta saudável "perturbação".
ResponderEliminarEsta semana estou com o "O Ano da Morte de Ricardo Reis" de Saramago, "A Dupla Hélice" de James D. Watson, "Luuanda" do Luandino Vieira...e ainda há pouco tempo me chamaram leitora compulsiva. Fiquei intrigada, agora: sossegada...Há piores. Parabéns!!! Vivam as leituras cruzadas!
E não me é possível ler o deste mês do blog...mas em breve!! Parabéns pelo bom trabalho já agora, Inês Ferreira
Não penso que seja caso de médico,outrossim,caso para bibliófilo experiente e experimentado nestas andanças dos...livros (que não sou eu, claro!)Ler um livro de cada vez é bom; mas ler 4 ou 5 em simultâneo, aguça a curiosidade para chegarmos ao fim, ligando-nos às palavras, tal qual "Fio de Ariadne", transportando-nos para vários desconhecidos.
ResponderEliminarDe médico não mas quase... 5 livros?! Eu gosto de ler um de cada vez. Há uns tempos cometi a loucura de ler Guerra e Paz e Anna Karenina em simultaneo e já misturava os Oblonskis com os Bolkonskis :)
ResponderEliminarÉ caso para dizer, que tal um Hospital para todos os compulsivos leitores?
ResponderEliminarFico contente por ter casos parecidos comigo ou piores. Mas também por ver que há gente calma e tranquila. No fim, um objectivo: ler!
Eu também estou nos cinco e tenho sempre medo de chegar junto da estante porque não quero ser mais dispersiva, mas é incontrolável. Um dia destes li um capítulo da releitura do "Memorial do Convento" e a seguir fiz uma pausa e li um capítulo da releitura d'"Os Maias" e quando comecei o capitulo pensei...então mas que ano é que passou? o quê?...só depois é que fui p'ra gaveta certa.
ResponderEliminarMas se há gente que vê cinco novelas, também pode haver quem leia cinco livros...não?
Sim, mas das novelas é normal que não fique nada para o futuro, não? De um livro eu gosto de, 5 ou 10 anos depois ainda ter uma imagem viva. E a sensação que eu tenho é que se ler 5 livros ao mesmo tempo, essa memória esvair-se-à, diluida entre tantos enredos. Estarei errado?
ResponderEliminarCinco acho que nunca me aconteceu! Geralmente são dois ou três. Uma biografia que vou lendo. Livros de compilação de artigos que vou lendo. Quando andava de transportes tinha o livro 'de ler nos transportes' que era geralmente mais pequeno e menos pesado, mais fácil de transportar! E depois um de ficção. Sou um 'slow reader' e ter dois ou três livros permite-me variar!
ResponderEliminarEu acumulo sempre várias leituras, mas nunca várias ficções ou romances. Evito sempre acumular leituras mas quando o faço são sempre livros técnicos ou documentais. Mas mesmo nesses por vezes, de modo a evitar a confusão, tento ler sempre um de cada vez. Por vezes é essa exclusividade que me leva a querer acabar o mais rápido possível cada obra, de modo a poder avançar para outra.
ResponderEliminarSou tal e qual! Ando com um na mala para os tempos mortos, levo um para a praia (em tempo de Verão), dois na mesa-de-cabeceira, quando não chega a ser três ou quatro. ;) Penso que não seja caso de internamento.No meu caso é mesmo vontade de querer entrar em muitas histórias ao mesmo tempo.
ResponderEliminar"A Sonata de Kreutzer" é simplesmente um pequeno GRANDE livro! Primeiro livro que li de Tolstói e fiquei logo convencida que não podia ficar muito tempo sem conhecer mais obras do autor. ;)
Boas leituras!
Tons de azul: é caso para comparar ao livro de Tolstói 'a morte de Ivan Ilitch'? Acho a temática um estrondo! Já sublinhei umas 3 frases e ando louco para chegar ao fim!
ResponderEliminarQue tesouro!
Manuel Cardoso, talvez alguns pormenores sejam perdidos, mas nunca a história. Não é possível fazer de outra forma, a curiosidade é excessiva e a capacidade de concentração difícil...mas há que tentar reduzir...
ResponderEliminar"O caso de Ivan Ilitch", grande pequeno livro, li-o creio que há dois anos, é fantástico, surpreendente...e tem tantos anos e é tão rico! Boa escolha Rodrigo e Tons de Azul.
ResponderEliminarQue bom ser leitor compulsivo ou apenas leitor...
Considero que são bem distintos nas temáticas que abordam (ciúme e morte), mas ambos sublimes! Em duas pequenas obras, o melhor de Tolstói sobressai.
ResponderEliminarBem o meu está quase todo ele sublinhado! Eheh