terça-feira, 17 de agosto de 2010

Citando...


Confesso que não vejo em Augusto Cury um escritor por excelência. Duvido, mesmo, que me sentisse atraído por qualquer um dos seus títulos. Não sei se é ideia mal organizada, mas, como livreiro, estou habituado a arrumar os seus livros na secção de desenvolvimento pessoal / auto-ajuda, o que não é muito abonatório - dada a quantidade de coisas más que aparecem e nas quais não me revejo.

Isso não quer dizer que não haja, eventualmente, alguma coisa com piada. Aliás, há um livro que - só pelo título - me vi disposto a comprar e ler: "O monge que vendeu o seu Ferrari" de Robin Sharma. Um dia decido se avanço.

Augusto Cury apanhou-me desprevenido e li algures uma coisa que lhe é atribuída e com a qual concordo. Para quem não sabe, Cury é um escritor e psiquiatra brasileiro que não era crente, mas converteu-se. E diz:

"A maior aventura de um ser humano é viajar,
E a maior viagem que alguém pode empreender
É para dentro de si mesmo.
E o modo mais emocionante de realizá-la é ler um livro,
Pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros,
Mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas
E descobrir o que as palavras não disseram..."

Sr. Cury, perdoe-me se pareço insensível consigo. Mas deixe-me aplaudir este pensamento. Está realmente muito bom e é um prazer partilhá-lo...

7 comentários:

  1. Rodrigo, eu já li uns milhares de livros. Não é gabarolice. É o que é. E posso dizer-te uma coisa com toda a sinceridade: "O monge que vendeu o seu Ferrari" e "A Saga de um Pensador" são dois dos livros da minha vida. Só.

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  2. Parece que veio mesmo a propósito! Manda lá a opinião sobre estes dois (do teu blogue) para eu conhecer mais.

    Há coisas que não lemos porque não imaginamos o que trata.

    Já agora, concordas que, numa secção de desenvolvimento pessoal, há muita coisa que não presta?

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  3. Sem dúvida nenhuma, Rodrigo. A maioria das coisas que tens na prateleira não presta mesmo (para mim, é óbvio). Por mim, pegava nuns sacos pretos daqueles do lixo e metia lá Osho's, Paulos Coelhos, e muitos mais de que não sei o nome :)
    Infelizmente, a má imagem dos livros de desenvolvimento pessoal deve-se a um facto muito simples: foram escritos para ganhar dinheiro à custa de almas sedentas.
    Cury, Trevisan, Sharma, Tolle e pouco mais são honrosas excepções.
    Mas atenção: aceito com toda a boa vontade que para outras pessoas sejam muito úteis os Paulos Coelhos, Osho's, Alexandras Solnados e todos esses autores que a mim pouco dizem.
    A minha opinião sobre o livro do Sharma nunca a escrevi. Decidi não o fazer porque aquela leitura foi tremendamente pessoal.
    Sobro o Cury, aqui tens:
    http://aminhaestante.blogspot.com/2009/11/saga-de-um-pensador-augusto-cury.html
    Um abraço!

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  4. A questão pertinente que se coloca é a seguinte: será um negócio falar das emoções das pessoas da maneira como se faz?

    Alguns destes livros abusam pela surrealidade com que abordam temáticas tão dignas do ser humano, como a amizade, o sucesso, a espiritualidade... É quase como ter resposta para tudo na vida, mas baseada em alguém que, a meu ver, perigosamente pode influenciar os estados de espírito menos informados e sensíveis...

    Misturar os autores que referes e muitos mais, o perigo de colocar estes livros bem ao lado das ciências ocultas; é consequência do aproveitamento por parte do mercado da componente comercial. Mas não será o comércio desta área uma forma negativa de vender livros?

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  5. De Cury, só li "A Saga de um Pensador" e concordo com o Manuel é um livro muito bom!
    O pensamento que transcreves faz parte deste mesmo livro e é uma dedicatória. Falta acrescentares uma linha:
    «... não disseram:
    No fundo, o leitor é o autor da sua história...»

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  6. E pronto, também sou "fã" da escrita do Cury :P e
    "A Saga de Um Pensador" também é um dos livros da minha vida :)
    Aqui fica a minha opinião que está no meu blogue aquando de uma blogagem colectiva sobre: "O Livro da minha vida:

    "De todos os livros que tenho lido "A Saga de Um Pensador" do Augusto Cury, foi o livro que mais me marcou e que faço sempre referência. Pois, depois de o ter lido também mudei um pouco a maneira de olhar as coisas e situações.
    Já fiz um comentário a este livro aqui no blog, no entanto, desta vez farei um mais abrangedor sobre a referida obra.
    Marco Polo, é um jovem estudante de medicina. Na sua primeira aula de anatomia, o seu professor recusa-se a identificar os corpos que teriam de ser dissecados, dizendo que se tratavam apenas de mendigos, apenas corpos sem nome sem história.
    O nosso personagem principal, inconformado com a justificação do professor propõe-se investigar, os seus nomes, as suas histórias. E aqui começa uma grande lição de vida para Marco Polo e sobretudo para nós leitores.
    Marco Polo, disfarça-se de mendigo e durante um determinado tempo, vive na rua na companhia daqueles que nós muitas vezes ignoramos, sem saber as suas verdadeiras histórias.
    Na rua, faz amizade com "Falcão"-um mendigo, mas um mendigo diferente, um mendigo que apela ao raciocínio, à arte de duvidar, de questionar , a certa altura o mendigo diz-lhe:
    "- Marco Polo, o mundo em que você vive é um teatro. As pessoas frequentemente representam. Elas observam-se a todo o momento, esperando comportamentos previsíveis. Observam os seus gestos, as suas roupas, as suas palavras. A Liberdade é uma utopia. A espontaneidade morreu"*.
    Quem seria este maltrapilho de tanta sabedoria, quem seria este homem que tinha tão pouco e parecia que tinha tanto?
    Os diálogos entre Falcão e Marco Polo fazem-nos reflectir sobre a nossa sociedade e principalmente sobre as nossas atitudes.
    Um livro que recomendo, um livro que nos fala sobre a essência do ser.
    10/10"

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  7. Acho que mudarias de opinião sobre o Cury se lesses "A Saga de um Pensador" e tratarias de arrumar os livros dele com mais carinho na tal prateleira :)
    Abraço
    Aceita o desafio e lê lá o livro :P

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