Voltei a ler o escritor vindo das terras brasileiras. Autor do século XIX, Machado não consegue deixar o leitor indiferente.
Hoje viajamos até ao mundo do "Alienista e alguns contos", publicação da Biblioteca de editores Independentes.
Acerca de uma peça de teatro, no conto "a chinela Turca", Assis chega a uma última frase de forma arrebatadora:
'Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um bom negócio e uma grave lição: provaste-me ainda uma vez que o melhor drama está no espectador e não no palco.'
No conto "Teoria do Medalhão", uma curiosa conversa entre pai e filho quando este atinge a maioridade, vários conselhos e indicações podem ser lidos:
'Venhamos ao principal. Uma vez entrado na carreira, deves pôr todo o cuidado nas ideias que houveres de nutrir para uso alheio e próprio. O melhor será não as ter absolutamente; coisa que entenderás bem, imaginando, por exemplo, um actor defraudado do uso de um braço. Ele pode, por um milagre de artifício, dissimular o defeito aos olhos da plateia; mas era muito melhor dispor dos dois. O mesmo se dá com as ideias; pode-se, com violência, abafá-las, escondê-las até à morte, mas nem essa habilidade é comum, nem tão constante esforço conviria ao exercício da vida.'
Por último, no conto "Alienista", história extraordinária:
'...as tempestades só aterram os fracos; os fortes enrijam-se contra elas e fitam o trovão.'
Leiam Machado de Assis. Com calma e relaxadamente. É apenas um conselho
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